
Ao tempo em que o cruzamento da avenida mais movimentada da capital era fechado por policiais, estudantes e trabalhadores, dentre manifestantes e transeuntes, foram dispersos com a dura repressão policial. Atacando a todos, a polícia invadiu estabelecimentos comerciais, onde a população estava acuada.
Demonstrando uma total falta de preparo e abuso de poder, policiais chegavam a dar voz de prisão até para os trabalhadores ambulantes e funcionários dos comércios invadidos. O que se assistiu na capital piauiense, foi um ataque orquestrado entre empresários do SETUT (Sindicado dos Empresários de Transportes Urbanos de Teresina), Governos Estadual e Municipal, e meios de comunicação para sufocar o movimento contra o aumento. Durante o sétimo dia de manifestação houveram 16 presos políticos, incluindo 2 adolescentes, e 40 feridos. Dentre os lesionados, alguns com ferimentos graves, inclusive com risco de perder a visão.
O movimento #contraoaumento em Teresina vem acontecendo desde agosto de 2011, quando já se planejava o anual aumento da passagem. O movimento ganhou corpo e após uma semana de protestos com cerca de 30 mil estudantes e trabalhadores nas ruas, conseguiu-se a revogação da passagem de R$2,10 para R$1,90.
Abrindo o ano de 2012, o Prefeito Elmano Ferrer (PTB) inaugura a chamada integração temporária, justificando, assim, o aumento da passagem para R$2,10. Resistindo, a população foi às ruas denunciar a farsa da integração, e o desnecessário aumento na tarifa, já que haviam sido concedidas as isenções fiscais pleiteadas pelos empresários.
Ainda em 2011, o Fórum Estadual em Defesa do Transporte Público, juntamente com setores como Ministério Público Estadual, já denunciavam que a passagem de R$1,90 era incompatível com a realidade da população e, de acordo com as planilhas, ultrapassavam o valor razoável. Assim, uma série de procedimentos jurídicos foram realizados para que a tarifa voltasse a custar R$1,75, preço que vigorou em 2009.
Durante os sete dias de manifestação, os indignados não lutavam apenas contra o aumento abusivo do preço da passagem, mas também rechaçavam a falsa integração proposta pela prefeitura. Hoje a integração não interliga todos os bairros da cidade, e é incoerente quando comparada com as demais do país pelo fato de cobrar a metade do preço da passagem no segundo trecho, dentre outros absurdos.
Aqui, cabe destacar que os usuários que não possuem cartão trabalhador e passe estudantil (ambos parte da bilhetagem eletrônica), devem comprar um cartão de R$ 6,30 para se utilizar da integração. Este cartão é emitido pela financeira Credshop (do Senador João Claudino -PTB), que, por sua vez, pode ser desbloqueado para ser cartão de crédito. Este é um exemplo, descarado de venda casada.
Depois de um dia inteiro de ato, a manifestação continua na Central de Flagrantes, onde as pessoas exigem liberação dos presos políticos. O conjunto do movimento conclama todos indignados para fazer um ato nesta, quarta (11), contra a criminalização dos movimentos sociais e pela anistia dos presos políticos.
Fórum Estadual em Defesa dos Transporte Público.
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